A agriculta começou analógica, com referências de mais de 5 mil anos, quando as previsões (variações das cheias do Nilo) poderiam indicar um período de fome ou fartura. E ainda hoje não existe um sistema digital eficiente, um lastro digital no setor agropecuário, brasileiro, que indique o que cada produtor está plantando, quanto irá colher e quando o produto poderá chegar ao mercado, ou a mesa do consumidor. Mas essa é a nova fronteira para a agricultura digital e a rastreabilidade de produtos no Brasil.

Atualmente as commodities, matérias-primas, comida, como soja, milho, café, etc., além de outros produtos agropecuários, como carne, são a base da economia mundial. E o Brasil, em especial, está em situação privilegiada, é o grande celeiro agrícola do mundo. Além disso, o que acontece aqui afeta o mundo, pois nossa agricultura também precisa de insumos, semente e implementos, etc.

E essas “exigências globais”, em um mundo que logo passará de 8 bilhões de habitantes, que exigem grandes quantidades de comida, vão empurrar o país para a transformação digital no campo. O que provavelmente deve impactar decisivamente o setor rural, que, de certa forma, ainda se beneficia economicamente das incertezas provocadas pela falta de um lastro digital na agricultura. Porém, cada vez mais, a curto prazo, essas incertezas irão trazer mais prejuízos ao produtor do que vantagens, dificultando, por exemplo, o crédito.

Não existe ainda uma formação abrangente em Agricultura Digital, envolvendo intercomunicação de máquinas e equipamentos agropecuários, banco de dados e internet das coisas (IoT) e etc., com foco na criação de uma nuvem de serviços, plataforma digital, ou federação de dados, que possa ser compartilhada, levando a Agricultura de Precisão para um novo patamar, produzindo informações que possam ser consumidas internamente pelo produtor, mas que, consequentemente, também possam ser utilizadas por agentes externos, como investidores, ou entidades públicas e privadas.