Os primeiros registros de Cuidados Paliativos (CP) são da Idade Média. Historicamente, as freiras, os padres, os monges e outros religiosos se dedicavam a cuidar de pessoas em situação de vulnerabilidade e que não tinham acesso à saúde. O 25º artigo da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), que foi elaborada após a 2ª Guerra Mundial, traz que: ‘’Todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar, a si e à sua família, saúde, bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos com os serviços sociais indispensáveis e direito à segurança em caso de desemprego, doença invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de subsistência em circunstâncias fora de seu controle’.

Com o acesso à saúde sendo garantido como direito humano, o estado torna-se responsável principalmente por assistir aos pacientes crônicos, com diagnóstico de doença ameaçadora da vida, para fornecer-lhes condições de viver com qualidade e tão ativamente possível até o momento de sua morte. Em última atualização, a Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu os CPs como abordagem que considera o indivíduo no seu contexto físico, psicossocial, espiritual e cultural com foco na identificação precoce, prevenção e alívio do sofrimento, através da utilização dos recursos profissionais e materiais que devem ser disponibilizados pelo estado. Estima-se que mais de 40 milhões de pessoas sejam elegíveis ao acompanhamento por uma equipe de CP, e isso está relacionado à prevalência das doenças crônicas e do envelhecimento populacional. Assim, estudos têm mostrado a necessidade de capacitação profissional e institucional para torná-los aptos a prestar uma assistência pautada nos princípios dos CP.

Os Cuidados Paliativos surgiram no Brasil por volta da década de 80, com aumento crescente desde então. Esse aumento se deve a maior necessidade de uma abordagem ampla, sistêmica e humana ao paciente e seu familiar. Após a vivência mundial da pandemia ocasionada pelo vírus da COVID-19 e suas variantes, os Cuidados Paliativos, com sua abordagem global do paciente, abarcando aspectos biopsicossociais dos familiares, tornou-se essencial, e não mais uma alternativa. Os cuidados com a terminalidade, a morte e o luto dos familiares nunca foram tão evidentes e necessários como hoje. 

Sabe-se que os esforços educacionais ainda são poucos nesse campo, havendo um número irrisório da disciplina de Cuidados Paliativos nas grades dos cursos de graduação. Dessa forma, a especialização nessa área visa a dirimir esse aspecto, potencializando conhecimento e melhora na assistência em saúde. O diferencial desse curso está na experiência e formação de seus professores, bem como na qualidade das disciplinas oferecidas que abrangem os conceitos e tópicos mais usualmente abordados na atividade professional nesse campo de atuação.