De forma realística e histórica, os oceanos e mares sempre foram extremamente importantes para a humanidade, principalmente em razão da atividade pesqueira, desenvolvida nos continentes do planeta. Em alguns países essa atividade é a principal fonte de renda. Segundo dados da FAO, a relevância dessa atividade pode ser comprovada pelo fato de que 600 milhões de pessoas em todo o mundo, dependem de forma indireta ou diretamente e emprega 40 milhões, número que supera a população de muitos países.

Informações recentes publicadas pela FAO destacam que inúmeros países estão investindo em tecnologias inovadoras com o intuito de elevar a produtividade nas capturas. É sabido que existe uma disparidade entre as frotas de embarcações pesqueiras dos países em desenvolvimento e desenvolvidos, onde nos países ricos as embarcações estão munidas de câmaras frias para estocagem do pescado capturado, equipamentos de alta precisão para identificação e análise quantitativa do pescado, GPS (Sistema de Posicionamento Global) e até mesmo tecnologia de processamento a bordo e uma infraestrutura portuária consistente.

Na maior proporção da realidade dos países em desenvolvimento, a pesca tradicional ainda é vista em muitas culturas como meio básico de sobrevivência. É aquela praticada pelo pescador autônomo desembarcado, ou em pequenas embarcações junto à costa, utilizando de técnicas próprias de cada indivíduo. Esse tipo de pesca pode ser com ou sem fins lucrativos, ou seja, a pessoa pode obter sua renda a partir dela ou pescar apenas por hobby.

Para um país com 7.367 km de litoral, atualmente a atividade de pesca no Brasil apresenta uma frota pesqueira com cerca de 30 mil embarcações, divididas entre a zona costeira e a pesca oceânica, onde 90% delas são artesanais. É uma indústria que movimenta R$ 8 bilhões, gera 800 mil empregos diretos e conta com 300 empresas relacionadas à captura e ao processamento de pescados.

Os estoques de espécies aquáticas de águas interiores, estuarinas e marinhas vem sendo reduzidos drasticamente com o aumento, infelizmente, das irregularidades na atividade pesqueira, sendo preciso buscar o aprofundamento de estudos e medidas que encontrem soluções para o problema como um todo. Portanto, o curso pretende formar especialistas que possam contribuir com pesca sustentável e consciente, mantendo os ambientes aquáticos livre de poluição ou detritos e, acima de tudo, respeitando as diretrizes legais vigentes da atividade pesqueira e de preservação do meio ambiente.

O Curso de Gestão de Recursos Pesqueiros tem como objetivo geral a atualização e ampliação dos conhecimentos profissionais para os interessados que almejam atuar na área da pesca, processamento do pescado e estudos ecológicos de sistemas de recursos hídricos, costeiros e marinhos, evidenciando as análises e propostas de revitalização destes ambientes.