De acordo com a OMS, uma em cada 160 crianças tem transtorno do espectro autista (TEA). Com base em estudos epidemiológicos realizados nos últimos 50 anos, a prevalência de TEA parece estar aumentando globalmente. O autismo é uma doença que vem sendo estudada há cerca de 60 anos, atualmente descrita como um transtorno invasivo do desenvolvimento que pode ser identificado antes dos três anos de idade. Os principais sinais e sintomas são comportamentos repetitivos, estereotipados, limitações de atividades e interesses, comprometimento no desenvolvimento da linguagem verbal e não verbal, déficit quantitativo na interação social e comunicação. Além disso, o indivíduo com autismo possui dificuldade para se relacionar com outras pessoas, dificilmente compartilha a atenção com objetos ou acontecimentos, não fixam a atenção visual de forma espontânea, não conseguem atrair a atenção de outras pessoas para realizar algumas atividades em conjunto, nem compartilha sentimentos, gostos e emoções, que o impede de distinguir diferentes pessoas. Existem muitas formas de intervenção, porém os mais conhecidos e utilizados para o bom desenvolvimento de pessoas autistas são: Pecture Exchange Communication System (PECS) e Applied Behavior Analysis (ABA), mas há poucos relatos na literatura sobre a reabilitação da fisioterapia nesta população. As pessoas com TEA estão frequentemente sujeitas a estigma e discriminação, incluindo privação injusta de cuidados de saúde, educação e oportunidades de se envolver e participar de suas comunidades, ainda que possuam os mesmos problemas de saúde que afetam a população em geral. Além disso, eles podem ter necessidades específicas de assistência médica relacionadas a TEA ou outras condições concomitantes, sendo mais vulneráveis ao desenvolvimento de condições crônicas não transmissíveis devido a fatores de risco comportamental, tais como a inatividade física e as más preferências alimentares, correndo maior risco de violência, lesões e abuso. Portanto, as pessoas com TEA necessitam de serviços de saúde acessíveis para necessidades gerais de cuidados de saúde, como o resto da população, incluindo serviços de promoção, prevenção e tratamento de doenças agudas e crônicas. Contudo, estas pessoas apresentam taxas mais altas de necessidades de saúde não atendidas em comparação com a população em geral, estando mais vulneráveis também durante emergências humanitárias, visto que há uma barreira comum criada pelo conhecimento inadequado dos profissionais de saúde sobre o TEA entre outros conceitos errôneos. Neste sentido, o aluno estudará temas da neurociência relacionada ao TEA, a avaliação comportamental do autismo, a avaliação diagnóstica, o desenvolvimento do brincar, o atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, as evidências científicas neurobiológicas, os modelos de avaliações práticas utilizados no TEA baseadas em evidências aplicadas ao autismo e os principais métodos de tratamento com a resolução de casos clínicos interdisciplinares.