O ano de 2001 marcou um importante marco na atenção à saúde mental em escala global, com o Dia Mundial da Saúde dedicado a essa questão, sob o lema "Cuidar sim. Excluir, não". O relatório mundial da Organização Mundial de Saúde (OMS), intitulado "Saúde mental: nova concepção, nova esperança", destacou a necessidade de um cuidado interdisciplinar baseado em direitos humanos e centrado na pessoa, especialmente para populações vulneráveis, como crianças, idosos, mulheres, pessoas em situação de rua e refugiados. Apesar desses esforços, mais de duas décadas depois, a saúde mental continua sendo um desafio global, com o aumento da depressão e da ansiedade durante a pandemia, além da persistência de práticas coercitivas e violações de direitos em muitos sistemas de atenção à saúde mental.

Apesar dos avanços normativos e biotecnológicos desde a publicação do relatório da OMS em 2001 e da promulgação da Lei da Reforma Psiquiátrica no Brasil no mesmo ano, ainda existem desafios significativos a serem superados na área da saúde mental. O recente aumento no número de pessoas afetadas por transtornos mentais durante a pandemia, juntamente com a persistência das desigualdades sociais e a falta de serviços adequados em muitos países, ressalta a necessidade urgente de profissionais bem-preparados em saúde mental e direitos humanos. Portanto, essa pós-graduação oferece uma oportunidade valiosa para capacitar indivíduos a lidar com os problemas complexos da saúde mental, promover o respeito aos direitos humanos e trabalhar na transformação dos sistemas de saúde mental para um modelo mais inclusivo e centrado na pessoa.

Nesse contexto, a pós-graduação em Saúde Mental, Populações Vulneráveis e Direitos Humanos assume um papel crucial na formação de profissionais da saúde, assistência social, direito e gestão, alinhando-se com normativas internacionais e orientações da OMS. Com foco na promoção de um cuidado comunitário baseado em direitos e na recuperação, o curso busca atender à crescente demanda por especialistas capazes de abordar os desafios complexos da saúde mental. Além de preparar profissionais para enfrentar os problemas contemporâneos de saúde mental, o curso também visa transformar práticas manicomiais, contribuindo para a ruptura com o paradigma discriminatório e coercitivo que ainda persiste em muitos sistemas de saúde mental em todo o mundo.