Embora todos tenham desejos e impulsos que levam a realizar determinadas ações, quando a pessoa não consegue controlar um impulso e não resiste a um ímpeto sem avaliar as consequências de uma determinada ação, ou quando há sofrimento e má qualidade de vida em função disso, pode-se estar diante de um Transtorno do Controle dos Impulsos. As ações geradas pela falta de controle dos impulsos levam a pessoa a comportamentos incômodos, perigosos ou perturbadores. Esses Transtornos do Controle dos Impulsos (TCI) são caracterizados pela incapacidade do paciente em resistir a um impulso, sentido por este, como um aumento de tensão em que o ato de cutucar a pele, por exemplo, serviria como alívio ou gratificação, no momento do ato, gerando culpa ou remorso após a situação.

Pesquisas clínicas apontam para uma alta taxa de transtornos do humor e de ansiedade associados aos TCI. As causas prováveis do TCI são desconhecidas, mas podem estar relacionadas a desequilíbrios químicos no cérebro. A área do cérebro conhecida como “lobo frontal” controla os impulsos. Portanto, alterações nesta área do cérebro podem estar relacionadas a distúrbios do controle dos impulsos. Fatores de risco que podem aumentar a probabilidade de ter um TCI incluem outros problemas psicológicos atuais ou passados, tais como transtorno bipolar ou transtorno obsessivo-compulsivo (TOC); história pessoal ou familiar de abuso de substâncias ou outro comportamento que cause dependência; história familiar de distúrbios psicológicos; Síndrome de Tourette; problemas com a dinâmica familiar, como brigas, abuso ou agressão; uso de certos medicamentos para tratar a doença de Parkinson ou complicações relacionadas ao último estágio da doença de Parkinson.

Os sintomas dos TCIs podem aparecer em qualquer idade. Alguns comportamentos compulsivos aparecem durante a infância ou adolescência. É possível que nem todas as pessoas tenham todos os sintomas de um TCI. Os sintomas são específicos para cada distúrbio, mas podem incluir lesões de lutas físicas ou queimaduras causadas ao iniciar incêndios; roubo ou mentiras; comportamento compulsivo ou repetitivo; irritabilidade, impaciência ou exasperação (mais do que o habitual em situações específicas); problemas familiares ou conjugais; problemas repetitivos com relações sociais, no trabalho ou na educação, problemas financeiros, problemas legais ou isolamento social. Pessoas com TCI relacionam seu comportamento com as seguintes sensações: tensão crescente antes do ato; prazer, gratificação ou euforia durante o ato; alívio da tensão após o ato, que pode ou não ser acompanhado de sentimento de culpa ou angústia.

É comum que pessoas com TCI tenham outros distúrbios psicológicos. O correto diagnóstico, o acompanhamento psiquiátrico e, muitas vezes, a psicoterapia são essenciais para o tratamento de qualquer um desses transtornos. Os mais preocupantes tipos de impulsos são os que são potencialmente prejudiciais para si ou para os outros. Muitos transtornos psiquiátricos, como transtornos relacionados a substâncias, vícios de comportamento, atenção e hiperatividade, transtorno de personalidade antissocial, transtorno de personalidade borderline, transtorno de conduta, e alguns transtornos do humor têm impulsividade como um sintoma. Considerado um grupo heterogêneo de transtornos, inclui o transtorno explosivo intermitente, a cleptomania, a piromania, a tricotilomania, a escoriação ou dermatotilexomania, o jogo patológico, as compras compulsivas, o tabagismo, a automutilação, a dependência química, a dependência de internet, o amor e ciúmes patológicos. Bem como, situações laborais causadas pelo estresse.

Portanto, a pós-graduação Lato Sensu em Terapias Cognitivo-comportamentais nos Transtornos do Controle dos Impulsos (TCI) aborda questões relacionadas a uma variedade de comportamentos promovidos pelo desejo excessivo e ações impulsivas. Esses comportamentos têm um efeito negativo na vida diária que podem interferir na educação, trabalho e relacionamentos pessoais. É apresentado os fundamentos epistemológicos, clínicos e teóricos que sustentam a nossa clínica de acordo com a atualização do manual diagnóstico psiquiátrico DSM-5, além de apresentar modelos de intervenção psicoterápica, escalas de avaliação e seguimento, casos clínicos e sugestões no decorrer de todo o curso. Ainda, pretende-se que os profissionais adquiram os conhecimentos, ferramentas, técnicas e competências relevantes para atuar no tratamento e controle desses sintomas. É trabalhado a avaliação e peculiaridades de cada tipo de intervenção e na dupla patologia, caso esse tipo de transtornos esteja associado a outro tipo de transtorno, de modo que o profissional seja capaz de estabelecer os planos mais adequados para cada caso, de acordo com o tipo de transtorno.